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Prosperidade Sustentável

Atualizado: 8 de mai. de 2020

Por Wanderlei Passarella - Diretor Executivo na Synchron & Celint


Artigo | Prosperidade Sustentável

"Todo homem próspero é rico, mas nem todo homem rico é próspero!"

Rico é quem tem mais bens do que precisa. Próspero é quem possui dentro de si a semente da geração contínua de valores (sejam estes de qualquer espécie).

Por aí vemos que podem existir pessoas ricas que herdaram suas fortunas, que agiram de má fé para acumular bens ou que, simplesmente, tiveram sorte de ganhar dinheiro. Mas quem garante que continuarão assim no futuro? Não podemos afirmar que essas pessoas sejam prósperas!

No ambiente empresarial de hoje, em que se fala tanto em sustentabilidade, é importante resgatar valores universais que dão base para uma carreira, para um negócio, para o empreendedorismo construtivo, enfim, para se realizar um trabalho produtivo, que traga boas consequências para si, para os outros e para o planeta.

Apenas os que são interiormente equipados é que prosperam de fato. Mesmo que venham tempestades e arruínem suas plantações, as sementes interiores serão utilizadas para germinarem sua prosperidade novamente. Essa equipagem interior nada mais é do que um portfolio de virtudes. Pessoas virtuosas são capazes de ir muito alto, porque se apoiam em pilares monumentais! Assim, para gerar valores de forma contínua, uma pessoa deve observar os grandes vetores de caráter, atributos e qualificações que fazem com que qualquer um seja próspero.

Em seu livro clássico da filosofia norte-americana, James Allen nos brinda com a descrição dos “Oito Pilares da Prosperidade”. Dentre estes, em sua concepção, quatro se destacam por serem centrais: a energia – entusiasmo para exercer o esforço necessário para a realização de qualquer tarefa; a economia – concentração de poder, conservando tanto o capital como o caráter, este último considerado como capital mental; integridade – honestidade inquebrantável para manter invioláveis as promessas, acordos, contratos, independentemente de considerações de perdas e ganhos; e sistema – subordinação de todos os detalhes à ordem, aliviando assim a mente de trabalho e tensões supérfluas, reduzindo tudo a uma só coisa.

Fazendo um paralelo entre os preceitos de Allen e o que dizem os filósofos de todos os tempos, os grandes mestres espirituais, alguns cientistas e diversos psicólogos, vemos que há muito em comum. Todos estes já discursaram sobre os vetores que tornam a vida boa e produtiva. Mas estes vetores ficam esquecidos, a menos que conscientemente trabalhados. Tais vetores também são quatro: trabalho, estudo, disciplina e ética.

Podemos discursar exaustivamente sobre cada um destes quatro e mostrar o quanto os grandes personagens da história já o mencionaram. Mas, não o faremos aqui. Apenas concordamos com eles em alto grau, a ponto de termos plena convicção, pela observação daqueles que conseguem alavancar seus resultados de forma sustentável, que eles são os elementos diferenciadores. Novamente, não estamos falando dos sortudos que estavam no local certo na hora certa, mas daqueles que construíram suas edificações com esmero, independentemente do clima e da ajuda de terceiros. Estamos falando daqueles verdadeiros campeões que desafiam a lógica fácil e o lugar comum. E que o fazem deixando uma marca de perenidade, de solidez, que nem o tempo e nem a mesquinhez humana são capazes de destruir.

Quem quer que seja, capaz de se levantar cedo e trabalhar diligentemente e com inteligência (porque estudou e se preparou) já está muitos passos a frente na direção da consecução de seus objetivos do que o outro que não se dispõem a perseverar e aplicar energia em sua vida diária, ou que o faz sem conhecimento de causa. E ainda, se é capaz de fazer isso de forma ética, respeitando as outras pessoas e mantendo sua postura, vai além mais alguns passos. Finalmente, se construir métodos inteligentes de trabalho, que poupem esforços desnecessários, que padronizem o bom desempenho e observem com cautela como repetir o que dá certo, com constância de propósitos, então é muito provável que a prosperidade alcance esta pessoa de forma indelével e sustentável.

Infelizmente, as duas coisas que mais incomodam em nosso ambiente de trabalho hodierno, é que não se encontra espaço para a conversa sobre os valores universais e que os treinamentos ministrados ainda são focados, em sua maior parte, nas tecnologias do saber-como (know-how).

Os valores universais têm sido relegados como algo fora de moda, algo que não tem impacto nos resultados. Nada mais falso! São os valores que alavancam a produtividade e que criam condições de um desempenho superior. Ainda vivemos sob o impacto da revolução industrial e do cartesianismo que tentou separar a razão das outras inteligências, como se elas não fossem importantes. É chegada a época de vivenciarmos a inteireza, a inclusão das mais nobres funções humanas em nossas tarefas diárias, tornando-as fecundas e geradoras de sentido, além de plenamente realizadoras.

Os treinamentos preconizados na vida empresarial também são muitas vezes inócuos, ou, na melhor das hipóteses, limitados a adestrar as pessoas em certas habilidades funcionais. Mesmo as Escolas de Negócios renomadas repetem essa falácia. O que precisamos é de vivencias que desenvolvam as virtudes. A partir destas, para quem as conquistou, o céu é o limite. Por isso que nobre é entrar em um círculo virtuoso, pois este nos leva a um aumento progressivo das virtudes.

O que podemos concluir desta pequena reflexão em forma de artigo? A principal conclusão é que urge transformar nossos paradigmas sobre o que dá resultados em nossas vidas pessoais e nos negócios. Precisamos resgatar a ideia de uma vida virtuosa, como dizia Aristóteles, pois esta é a vida boa (eudaimonia). E façamos isso em nossas empresas e em nossas escolas. Estas precisam repensar seus currículos. Mais vale trabalhar vivências, dinâmicas, debates em torno das virtudes centrais do trabalho (energia), da ética (integridade), do estudo (economia) e da disciplina (sistema), pois estas virtudes são como matrizes que podem ser replicadas em cada área específica de atuação da vida.

Cabe a cada um pensar como pode aplicar esses conceitos em suas rotinas diárias e transformá-las em dínamos de prosperidade. Onde quem ganha não é apenas uma parte, mas o todo. Uma vida virtuosa é como um vírus do bem que se espalha trazendo progresso e bem-aventurança por onde passa. Nosso planeta Terra aguarda silenciosa e pacientemente por essa grande transformação. É hora de paramos de tergiversar e encararmos as virtudes com seriedade.


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